quarta-feira, 21 de maio de 2008

Tijolos...

Escrever aqui é como deixar tijolos na porta, no passeio, de uma casa em construção. Descarrega-se o material do caminhão e no momento oportuno, alguém o "reposicionará". O proprietário sabe que não tem jeito (ainda) de colocá-lo para dentro, dorme com medo de furtos; mas acredita que amanhecerá e verá cada unidade novamente, para continuar seu trabalho.

Essa sensação eu sinto ao soltar minhas letras, medo de quem inicia. Temo deixá-las ao relento, no rastro de intenções duvidosas e olhares, quem sabe desvios. Há aqueles que observam e tocam o tijolo por curiosidade e existem igualmente os operários que se sujam e brindam comigo. Mas... a necessidade faz a obra, e sem riscos, não há grandes edifícios. Divido então, meu barro e meus andaimes neste quadro (negro? Verde.) Apostarei na interação e na ação.

Deixo claro que posso expressar-me de maneira *bem* realista. Essa é a minha ressalva. Não confunda minhas linhas com nenhuma forma de pessimismo, (deixo a dica, colegas)! É que prefiro ver tudo como é, porque assim, do chão não passa. Uma maneira de me proteger das quedas da vida. Olhando do último andar para baixo, e não desviando meus passos - para não ficar mais longe das nuvens...

2 comentários:

Anônimo disse...

Então tá então né...
Vamos movimentar,misturar a massa,pegar os tijolos e começar nossa construção,porque a partir do momento que se compartilha algo,o compartilhado já não é só mais seu...

bjuuuu

Anônimo disse...

Deixo aqui uma música da linda Vanessa da Mata
Absurdo
obs:Ontem mesmo ia lhe enviar,mas o interessante é que acordo com tal convite seu,aproveito e aqui deixo...
Havia tanto pra lhe contar
A natureza
Mudava a forma o estado e o lugar
Era absurdo

Havia tanto pra lhe mostrar
Era tão belo
Mas olhe agora o estrago em que está

Tapetes fartos de folhas e flores
O chão do mundo se varre aqui
Essa idéia do natural ser sujo
Do inorgânico não se faz

Destruição é reflexo do humano
Se a ambição desumana o Ser
Essa imagem de infértil deserto
Nunca pensei que chegasse aqui

Auto-destrutivos,
Falsas vitimas nocivas?

Havia tanto pra aproveitar
Sem poderio
Tantas histórias, tantos sabores
Capins dourados

Havia tanto pra respirar
Era tão fino
Naqueles rios a gente banhava

Desmatam tudo e reclamam do tempo
Que ironia conflitante ser
Desequilíbrio que alimenta as pragas
Alterado grão, alterado pão

Sujamos rios, dependemos das águas
Tanto faz os meios violentos
Luxúria é ética do perverso vivo
Morto por dinheiro

Cores, tantas cores
Tais belezas
Foram-se
Versos e estrelas
Tantas fadas que eu não vi

Falsos bens, progresso?
Com a mãe, ingratidão
Deram o galinheiro
Pra raposa vigiar